Circo
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nota: Para outros
significados, veja Circo (desambiguação).
Um circo (do latim circus,
"circunferência") é comumente uma companhia em coletivo que reúne
artistas de diferentes especialidades, como malabarismo, palhaço, acrobacia, monociclo, contorcionismo, equilibrismo, ilusionismo, entre outros.
A
palavra também descreve o tipo de apresentação feita por esses artistas, normalmente
uma série de atos coreografados à músicas. Um circo é organizado em uma arena -
picadeiro circular, com assentos em seu entorno, enquanto circos itinerantes
costumam se apresentar sob uma grande tenda ou lona.
História
Dos
chineses aos gregos, dos egípcios aos indianos, quase todas as civilizações
antigas já praticavam algum tipo de arte circense há pelo menos mil anos,
todavia, o circo como se conhece hoje só começou a tomar forma durante o
Império Romano. O primeiro a se tornar famoso foi o Circus Maximus, que teria sido inaugurado
no século VI a.C., com capacidade para 150 mil pessoas. A atração principal
eram as corridas de carruagens, mas, com o tempo, foram acrescentadas as lutas
de gladiadores, as apresentações de animais selvagens e de pessoas com
habilidades incomuns, como engolidores de fogo. Destruído por um grande
incêndio, esse anfiteatro foi substituído, em 40 a.C., pelo Coliseu, cujas
ruínas até hoje compõem o cartão postal número um de Roma. A Roma por sua vez,
tem papel muito importante na história do circo.
Com o
fim do império dos Césares e o início da era medieval, artistas populares
passaram a improvisar suas apresentações em praças públicas, feiras e entradas
de igrejas. "Nasciam assim as famílias de saltimbancos, que viajavam de
cidade em cidade para apresentar seus números cômicos, de pirofagia,
malabarismo, dança e teatro".
Tudo
isso, porém, não passa de uma pré-história das artes circenses, porque foi só
na Inglaterra do século XVIII que surgiu o circo moderno, com seu picadeiro
circular e a reunião das atrações que compõem o espetáculo ainda hoje.
Cavaleiro de 1 001 habilidades, o ex-militar inglês Philip Astley inaugurou, em
1768, em Londres, o Royal Amphitheatre of Arts (Anfiteatro Real das Artes),
para exibições equestres. Para quebrar a seriedade das apresentações, alternou
números com palhaços e todo tipo de acrobata e malabarista.
O
sucesso foi tamanho que, cinquenta anos depois, o circo inglês era imitado não
só no resto do continente europeu, mas atravessara o Atlântico e se espalhara
pelos quatro cantos da Terra.
O circo no
Brasil
A
história do circo no Brasil começou
no século XIX, com famílias e companhias vindas
da Europa, onde se agruparam em guetos e
manifestavam sentimentos diversos através de interpretações teatrais onde não
demonstravam apenas interesses individuais e sim despertavam consciência mútua.
No
Brasil, mesmo antes do Cirque Du Soleil, já havia os ciganos que
vieram da Europa, onde eram perseguidos. Sempre houve ligação dos ciganos com o
circo. Entre suas especialidades incluíam-se a domadores de ursos, o
ilusionismo e as exibições com cavalos.Eles viajavam de cidade em cidade, e
adaptavam seus espetáculos ao gosto da população local. Números que não faziam
sucesso na cidade eram tirados do programa.
O novo
circo é um movimento recente que adiciona às técnicas de circo tradicionais a
influência de outras linguagens artísticas como a dança e o teatro, levando em
conta que a música sempre fez parte da tradição circense. No Brasil existem
atualmente vários grupos pesquisando e utilizando esta nova linguagem.
Uso de
animais em circos
Há uma
grande controvérsia sobre o uso de animais em circos, há duas correntes de
pensamento, com prós e contras o uso de animais em shows.
Segundo
a corrente de pessoas que são contra o uso de animais em circo, seu uso tem
sido gradativamente abandonado, uma vez que tais animais por vezes sofriam
maus-tratos (tais como dentes precariamente serrados, jaulas minúsculas,
estresse etc.) e, além disso, eram frequentemente abandonados,
já que a manutenção de grandes animais, como tigres e elefantes demanda
muito dinheiro.[1] Há
ainda inúmeros casos em que acidentes, principalmente envolvendo animais
selvagens, nos quais pessoas saem feridas ou até mesmo mortas, como o caso de
uma garota chinesa, atacada por um tigre.[2]
Por
outro lado existem inúmeros circos brasileiros que possuem infra-estrutura e
recursos para manterem seus animais, com auxilio de biólogos e veterinários
contratados para garantir o bem estar dos animais. A maioria deles com
documentação do Ibama.
Atualmente
é proibido o uso de animais em algumas cidades, mas na maioria dos municípios
brasileiros ainda é permitida sua exibição, tendo em vista que não há uma
legislação federal que regule a matéria. Alguns empresários circenses,
artistas, produtores culturais e estudiosos lutam para que seja aprovada uma
legislação federal que regulamente o uso de animais em circos
Bibliografia
ALMEIDA, Luiz
Guilherme. Ritual, Risco e
Arte Circense. Brasília: UNB, 2008.
ALFREDO, JONAS SANTOS, Circo na escola, 2009
·
AVANZI, Roger e TAMAOKI, Verônica. Circo Nerino. São Paulo:
Editora Codex e Pindorama Circus, 2004.
·
BOLOGNESI, Mário Fernando. Palhaços.
São Paulo: Editora Unesp, 2003.
·
BORTOLETO, Marco A. C. (org.). Introdução
a pedagogia das atividades circenses. Jundiaí:
Editora Fontoura, 2008.
·
CASTRO, Alice Viveiros de. Elogio
da Bobagem. Rio de Janeiro: Editora Família Bastos, 2005.
·
COSTA, Cristina. Censura e Comunicação: o circo-teatro na
produção cultural paulista de 1930 a 1970. Terceira Margem Editora, 2007.
Pesquisa apoiada pela Fapesp realizada no Arquivo Miroel Silveira.
·
MACEDO, Cristina Alves de. z!k@m3m0 "Educação no Circo:
crianças e adolescentes no contexto itinerante". Editora quarteto, 2008.
·
QUERUBIM, Marlene. Marketing
de Circo. Mogo das Cruzes: Oriom Editora, 2003.
·
SILVA, Erminia Silva. Circo-Teatro:
Benjamim de Oliveira e Teatralidade Circense no Brasil. Editora Altana.
·
TAMAOKI, Verônica. O
ghost do Circo. São Paulo: Massao Ohno e Robson Breviglieri Editores, 1999.
·
KAROLAINE, Adestradora dos macacos, onças, leões, 2010.