Realidade aumentada, Smart Glasses e o Estrategismo no esporte: passos para o futuro.

Você já pensou em olhar para um adversário e os seus óculos lhe apresentarem os dados, características e detalhes a respeito do comportamento motor do seu próximo oponente? Isso é muito possível de acontecer nos próximos 10 anos. Existem hardwares como os óculos de rastreamento ou smart glasses (Ex. Google Glass®) que prometem passar informações utilizando o processo de realidade aumentada unindo um sistema óptico e um banco de dados ligado à rede mundial de computadores (ver: http://www.youtube.com/watch?v=DiTnMJZF2UY / http://www.youtube.com/watch?v=v1uyQZNg2vE ). Claro que existe, neste tipo de mecanismo, a necessidade de um Estrategista alimentar um largo banco de dados com as características de performance esportivas, cineantropométricas, dados de resultados dos atletas, além de continuar o processo de gravação e preparação das imagens para oferecer ferramentas visuais com o intuito de fornecer conhecimento ao atleta. A tecnologia do smart glass permite, por meio de comandos de voz ou mesmo por meio de poucos toques em uma área sensível na lateral direita do dispositivo, uma navegação entre diferentes aplicativos e realizar tarefas com facilidades que telefones e tablets também fazem, mas deixando as mãos livres. Aqui não estamos trabalhando com questões de adivinhar o futuro, mas sim buscando interfaces com a metodologia prospectiva (análise estrutural, Brainstorming, análise do avanço tecnológico, gestão do conhecimento, adaptação para a performance esportiva, busca pelo resultado e aprimoramento técnico por meio da ciência). Buscamos utilizar elementos atuais e avanços tecnológicos para desenhar cenários hipotéticos a respeito da cronologia, do espaço e dos possíveis avanços em um intervalo de 10 anos.

A Realidade Aumentada utiliza  pesquisas avançadas que incluem o uso de rastreamento de dados em movimento, reconhecimento de marcadores confiáveis utilizando mecanismos de visão, e a construção de ambientes controlados contendo qualquer número de sensores (ver: http://www.youtube.com/watch?v=Y6BWLOhiVT8). A Realidade Aumentada vista como “sistema” pode ser compreendida como ferramenta com possibilidades de combinar elementos virtuais com o ambiente real; interatividade e processamento em tempo real; e pode ser concebida em três dimensões. Isso quer dizer que, por exemplo, no senso geográfico ao olhar uma paisagem e ver uma planta, com auxilio de uma câmera (celular ou óculos translúcido), é possível ter informações sobre o nome, família, origem, localização espacial deste objeto, onde pode ser comprado, entre outros detalhes que podem ser oferecidos por esta interatividade. A partir da utilização de um banco de dados, isso também poderá ser feito com o esporte, no sentido de olhar para uma pessoa e ter detalhes, por exemplo: no caso do judô - categoria de peso, número de vitórias e derrotas (desmembrado com atletas canhotos, destros, ambidestros, altos, baixos, etc); lateralidade; estilo de luta (ataca, defende, contra-ataca); técnicas que mais projeta e mais cai; entre muitas outras informações que dependerão de um especialista que faça leituras de lutas e alimente o banco de dados para que, então, tanto o técnico como o atleta possam seguir obtendo um número significativo e seletivo de detalhes de acordo com os seus interesses.

Apesar desta percepção parecer meio futurista, os primeiros estudos de realidade virtual surgiram por volta de 1975 e a cada avanço tecnológico tem se tornado bem presente na vida dos indivíduos que a cada minuto passam a interagir mais com a tecnologia da realidade aumentada. Uma outra possibilidade que talvez requeira mais tempo e programadores é justamente utilizar estas informações textuais, numéricas ou gráficas para a uma projeção holográfica dos movimentos executados pelo adversário (ver: http://www.youtube.com/watch?v=sNDBoOw9PX0). Isto poderia ser aplicado para treinamentos visuais, mentais, táticos e estratégicos com base na dinâmica de movimento a ser projetada e na avaliação do processo de tomada de decisão pelo atleta, o que forneceria para técnicos, psicólogos e estrategistas uma nova leitura do atleta que acompanha este mecanismo de tendência e treinamento. Trago o exemplo de um canal de televisão que mostra um pouco deste mecanismo de realidade aumentada que já começou a ser utilizado por emissoras brasileiras, inclusive para a Copa do Mundo de Futebol 2014 (http://www.youtube.com/watch?v=KYvyRmicof4 / http://www.youtube.com/watch?v=JkucH2rY9Wk). Os mecanismos e informações complementares de realidade aumentada e smart glass podem ser encontradas aqui, onde se comparam diferentes protótipos: http://www.youtube.com/watch?v=DiTnMJZF2UY.  Confira os detalhes que mesclam o real e o aumentado através deste link: http://www.youtube.com/watch?v=Kr50QMaUFNA.

Com a utilização do smart glass, o atleta também pode realizar alguns treinamentos e gravar seus movimentos (ver caso do basquetebol: http://www.youtube.com/watch?v=SJ3LKBkxMZE). Para os técnicos pode ser uma nova ferramenta para perceber onde se concentra o olhar do atleta antes, durante e após a realização de um movimento. Unindo equipamentos exteriores (câmeras de análises) e câmera complementar no caso do smart glass, vista também como uma forma de exoesqueleto, as informações adquiridas a partir de um movimento passam a ter uma nova perspectiva, que poderá se configurar como uma possibilidade de avaliação utilizando novas funções de realidade ampliada.

Vale destacar que, apesar das grandes contribuições que as novas tecnologias trazem diariamente ao processo de preparação dos atletas, estas ferramentas não substituem de forma alguma o treinamento corpo a corpo e as orientações e inferências diretas dos técnicos. São elementos importantes que podem complementar os processos de treinamento, incorporando as tendências do novo tempo, do século XXI, às tradicionais formas de treinamento utilizadas nos esportes.

Para citar parte deste artigo ou na íntegra, utilize a seguinte referência respeitando o direito autoral: MATARUNA, Leonardo. Realidade aumentada, Smart Glasses e o Estrategismo no esporte: passos para o futuro. Blog do Estrategismo. Publicado em 26 de Novembro de 2013. Rio de Janeiro: CBJ, 2013

Parceiro

Parceiro

Parceiro

Parceiro

Convenio

Convenio